Em defesa de Dom Eusébio

O Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Oscar Scheid, recusou-se a assinar, nesta segunda-feira (26set06), uma notificação da Justiça Eleitoral, que determina à Igreja que párocos, diáconos e vigários não façam comentários ou referências político-ideológicas sob pena de incorrer no crime de desobediência. Também o bispo-auxiliar, D. Dimas Lara Barbosa, foi notificado. Dom Eusébio, com toda razão, não assinou a notificação por não concordar com o conteúdo nela expresso, já que a Igreja tem o direito e até o dever de bem preparar os seus filhos para votarem bem segundo os valores cristãos. Por trás da intimação recebida pelo prelado, está o pedido da candidata ao Senado pelo PCdoB, Jandira Feghali, que entrou com uma representação no TRE-RJ contra a Arquidiocese, alegando que alguns sacerdotes têm distribuído panfletos contra o aborto e fazem campanha eleitoral contra a sua candidatura. Ora, a Igreja, que defende a vida, tem o direito e o dever diante de Deus de alertar seus filhos sobre aqueles que atentam contra a vida humana! Nem as cobras matam seus filhotes no ninho.


:: Presidente do Pró-Vida de Anápolis denuncia perseguição religiosa antes das eleições :: Nota da Arquidiocese do Rio de Janeiro sobre notificação ao cardeal Eusébio Scheid :: Tu és o Senhor do Brasil! (Padre Jonas Abib)


A deputada do Partido Comunista, Jandira Feghali, foi quem propôs no Congresso o último Projeto de Lei com o objetivo de aprovar o aborto no Brasil. É claro que a Igreja e as pessoas de boa vontade têm o direito de reagir legitimamente contra isto. Segundo o assessor de imprensa da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Adionel Carlos, Dom Eusébio ficou surpreso com a notificação. No dia 25/09/2006, o “Jornal da Bandeirantes” mostrou cenas que jamais eu esperava que pudessem acontecer no Brasil: o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eusébio e o bispo-auxiliar, D. Dimas, recebendo a intimação judicial por estar a Diocese sendo acusada de promover ação política por defender a vida humana. Além da intimação, o prédio, onde funciona a Cúria Diocesana, foi “vasculhado” à procura de panfletos que fizessem a defesa da vida. Isto é terrorismo ideológico. A condenação do aborto agora é manifestação que não pode ser defendida em público. Onde está a liberdade de expressão? A ação promovida pela candidata ao senado, Jandira Feghali, tem o propósito de intimidar, pela Justiça, os que divergem de sua maneira de pensar. Se um Cardeal-Arcebispo da Igreja Católica é intimado, quanto mais um simples cidadão! Sem dúvida, esta é uma maneira de agir empregada em países totalitários para constranger a Igreja Católica e os que discordam daqueles que mantêm o poder. Queremos nos solidarizar com o Senhor Cardeal do Rio de Janeiro, a quem muito admiramos; especialmente nesta hora difícil em que soube rejeitar essa ameaça à liberdade de expressão. Devemos mostrar a nossa repulsa por candidatos que se utilizam da lei para impedir o trabalho da Igreja de orientar os seus filhos. No dia 26 de setembro de 2006, o jornal a “Folha de São Paulo”, noticiou que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro derrubou a decisão do desembargador Luiz Felipe Francisco, que havia intimado, quatro horas antes, o cardeal D. Eusébio Oscar Scheid, a orientar os padres a se absterem de comentários políticos e ideológicos em celebrações, a pedido da candidata ao Senado Jandira Feghali (PC do B). O próprio juiz levou a decisão para apreciação do TRE. Peçamos a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que nos livre deste tipo de perseguição. Parabéns, Cardeal Scheid, verdadeiro Pastor da Igreja!


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino