Amor conjugal

A história familiar forma conceitos na afetividade e sexualidade

A partir de sua história familiar, você foi formando conceitos, comportamentos, sentimentos com relação à sua afetividade e sexualidade

Vamos percorrer um caminho que, favoreça o autoconhecimento de sua afetividade e sexualidade, olhando para a sua história familiar.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Quem são seus pais? Eles estavam conscientes da missão da paternidade e maternidade responsáveis? No momento do seu nascimento, o que era valorizado pela sua família?

Será que os seus pais valorizavam o ato sexual como uma resposta afetiva, uma expressão do amor? Será que o ato sexual era associado ao amor conjugal?

Será que eles tentavam separar a sexualidade da procriação? Será que houve apenas doação física ou a sexualidade atingiu o seu pleno significado, pois era a expressão da doação pessoal do homem e da mulher com amor, fidelidade, honra e generosidade para com o cônjuge e para com a vida que surge do seu gesto de amor?

É hora de parar e responder a essas perguntas, olhando para a sua família

Não é momento de julgar o comportamento do pai, da mãe, dos avós e irmãos. É o momento de perceber que as experiências familiares nos formam e, muitas vezes, nos deformam.

Isso vale, particularmente, para a educação moral, espiritual e, sobretudo, vale para um ponto tão delicado como a afetividade e sexualidade.

“Quando o amor total se realiza no matrimônio, o dom de si exprime, por intermédio do corpo, a complementaridade e a totalidade do dom; o amor conjugal torna-se, então, uma força que enriquece e faz com as pessoas cresçam e, ao mesmo tempo, contribui para alimentar a civilização do amor” (L’Osservatore Romano, Encíclica Humanae Vitae).

Você foi crescendo e, possivelmente, muitas coisas mudaram.

Em muitas famílias os pais, que antes estavam despreparados, amadureceram e cresceram na relação conjugal; outros perceberam que com o tempo, a doação pessoal para com o cônjuge e filhos (família), foi sendo questionada e até criticada.

Muitos deixaram de ter a companhia do pai ou da mãe. A partir de sua história familiar, você foi formando conceitos, comportamentos, sentimentos com relação a sua afetividade e sexualidade.

A educação sexual harmônica, no seio familiar, forma filhos equilibrados emocionalmente, com grande autoaceitação, serenidade e uma capacidade de autodoação, já exercida nas relações familiares.

Com a presença do pai e da mãe você tem modelos de comportamentos feminino e masculino e, é capaz de perceber a riqueza da complementaridade, da confiança; da doação de si; da renúncia; do amor total, fiel e fecundo.

Então, surgem os primeiros sentimentos positivos e negativos.

Verifique:

. Você tem dificuldade de confiar no sentimento do outro?

. Você se sente descartável em uma relação?

. Você deseja doar-se por amor?

. Você é afetivo?

. Você é receptivo ao afeto?

. Você deseja ser fiel?

. Você gostaria de ter filhos, esposa(o) – família?

. Você é individualista?

. Você respeita e dá o devido valor ao sexo oposto?

. Você é impulsivo?

. Você consegue aguardar e perseverar na busca do que realmente quer, mesmo que isso exija sacrifício e esperar o tempo?

. Você é agressivo?

. Você é ansioso?

. Você é considerado, pelos outros, como insistente pegajoso?

. Você tem medo de ficar só?

. Você tem medo de não ser escolhido ou aceito por alguém?

. Você tem medo de errar?

. Você se julga pelo corpo, cabelo, altura?

. Você se avalia pelo seu desempenho?

. Você tem autodomínio?

O que precisa ser curado em você

Agora, de acordo com suas respostas, avalie o que precisa ser curado em você. Hoje, com sua capacidade de auto-observação você precisa assumir, responsavelmente, a sua vida e buscar entender o que fazer para viver o amor conjugal. Esse amor que, segundo a Encíclica Humanae Vitae, tem quatro características: é amor humano (sensível e espiritual), é amor total, fiel e fecundo.

Agora é momento de retornar ao primeiro parágrafo. No início, você avaliou a sua história, a sua concepção e nascimento. Agora, você vai escrever que história você quer para seu filho. Será que você está preparado ou vivendo o amor conjugal? Os seus pais não tiveram todas essas informações e, hoje, você as têm. O que você pode fazer para santificar a família que Deus reservou para você?

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Deus lhe dá a graça necessária, é momento de oração. Deus quer refazer sua história, Deus quer curá-lo, Deus quer ressuscitar sua família. E, hoje, te forma para ser um homem novo para um mundo novo. Você é semente de uma nova geração.

Cláudia May Philippi – Psicóloga Clínica – CRP 2357/1