Julgar o próximo cabe somente a Deus

“Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho?” (Mateus 7,3).

Jesus, hoje, está nos ensinando a termos “desconfiômetro”, porque é o que falta, muitas vezes, nas nossas atitudes humanas, na nossa própria relação de fé. Somos muito de julgar, de olhar para a vida do outro, observar o que é da vida do outro, ver o problema, o defeito, o erro do outro, e isso nos torna cada vez mais cegos a respeito de nós mesmos.

O tempo e a energia que gastamos para observar os defeitos e as dificuldades dos problemas dos outros nos tira o foco do nosso cuidado interior. Então, com a mesma medida com que nós julgamos seremos julgados.

Não precisamos negar que vivemos numa sociedade do julgamento. Vivemos numa sociedade onde julgar a vida dos outros é a prática, é o costume, é o comum dos homens.

Sábio é aquele que não segue! Porque, nessas reuniões, nesses encontros pessoais, até em redes sociais, o que se fala da vida dos outros não é brincadeira. E muitas pessoas ficam até doentes quando não podem se encontrarem com outro para falar de alguém.

Somos muito de julgar, de olhar para a vida do outro, ver o defeito, o erro do outro

Alguém diz assim: “Eu preciso muito desabafar”. O que é desabafar para alguns, senão falar mal de alguém? O que é para alguns viver, senão viver falando mal da vida dos outros?

Estamos, de fato, perdendo a direção, a bússola daquilo que deve ser a convivência humana. Não é julgando uns aos outros, não é nos condenando, não é criando a nossa medida, porque isso revela a autossuficiência, o orgulho e a soberba.

Quem é que julga? É aquele que está acima dos outros, é aquele que sabe mais, aquele que se acha melhor que os outros. Se Jesus diz que Ele não veio ao mundo para julgar o mundo, mas eu me coloco acima de Jesus e vivo para julgar os outros, falta-me de verdade o desconfiômetro ou a capacidade de me enxergar.

Temos defeitos, problemas, temos tanta coisa para cuidar dentro de nós. “Mas meu defeito não é como o do outro”, isso é o que nós achamos, esse é o julgamento que nós fazemos. Deixemos que Deus nos julgue, deixemos que Ele use de misericórdia para conosco, por isso usemos de misericórdia uns para com os outros.

Deus abençoe você!